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Vitória de Claudia Sheinbaum no México teve eleição mais violenta da história, mas mídia não fala sobre

Eleição histórica marcada por assassinatos de 37 candidatos e violência política contínua, culminando no assassinato da prefeita Yolanda Sánchez logo após o pleito

Claudia Sheinbaum foi eleita a primeira presidente mulher do México após uma campanha eleitoral sangrenta, na qual 37 candidatos foram assassinados. Sheinbaum, de 61 anos, ex-prefeita da Cidade do México e cientista climática, é membro do partido governante e aliada de longa data do presidente cessante, Andrés Manuel López Obrador. Ela venceu a eleição com uma vantagem de mais de 31 pontos percentuais sobre sua principal oponente, a ex-senadora Xóchitl Gálvez.

A campanha eleitoral foi marcada por uma violência sem precedentes. De acordo com dados da consultoria de segurança Integralia, 37 candidatos foram mortos, incluindo Jorge Huerta Cabrera, que foi baleado durante um comício na cidade de Izúcar de Matamoros. Além disso, 828 ataques não letais a candidatos políticos foram registrados.

A violência continuou após a eleição, com o assassinato da prefeita de Cotija, Yolanda Sánchez, horas depois da vitória de Sheinbaum. Sánchez foi emboscada e baleada 19 vezes no centro de Cotija, Michoacán. Ela havia relatado ameaças de morte e até mesmo sido sequestrada em 2023 por homens armados, que provavelmente pertenciam ao cartel Jalisco Nova Geração (CJNG).

A violência política no México tem sido exacerbada pela influência dos cartéis de drogas, que buscam controlar áreas e influenciar as eleições. O analista de segurança David Saucedo observou que os cartéis tentam forçar os eleitores a apoiar seus candidatos preferidos.

Xóchitl Gálvez, que perdeu para Sheinbaum, criticou a violência que marcou a campanha e descreveu a corrida presidencial como uma “competição desigual contra todo o aparato estatal dedicado a favorecer sua candidata”. Ela também expressou preocupações sobre a segurança no país e o impacto dos cartéis de drogas.

Claudia Sheinbaum assumirá a presidência em 1º de outubro, em um momento crítico para o México, com altos índices de violência e um clima político tenso. Sua vitória é vista como um marco significativo para um país conhecido por sua cultura machista, mas também traz à tona os desafios contínuos da violência política e a influência dos cartéis de drogas.

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