Aumento no Preço das Ceias de Fim de Ano Pesa no Bolso do Consumidor
Os alimentos tradicionais das festas de fim de ano registraram um aumento médio de 12,4% em 2024, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O destaque negativo é o bacalhau, que liderou as altas com um reajuste de 18,4%. Produtos como pernil (15,3%) e carne bovina (13,5%) também tiveram aumentos expressivos, refletindo a pressão inflacionária sobre os custos das ceias.
De acordo com Marcio Milan, vice-presidente da Abras, o dólar em alta — que atingiu R$ 6 na última semana de novembro — e as mudanças climáticas são os principais fatores por trás do encarecimento. Essas variáveis impactaram tanto os produtos importados quanto a produção local, como no caso das carnes e frutas típicas das festas.
Além das carnes, outros produtos da cesta natalina, como azeites, espumantes e panetones, também registraram alta de preços. O valor médio da cesta de Natal subiu 7,7%, alcançando R$ 345,83 em 2024, com a região Sudeste apresentando a maior variação (8%). Entre as frutas, itens como nozes e castanhas tiveram destaque, com reajustes de até 16,3%.
Para enfrentar o aumento nos preços, supermercados estão ampliando suas marcas próprias e diversificando os produtos nas gôndolas. Segundo levantamento da Abras, 85% das redes investiram na fabricação própria de itens de padaria e confeitaria, enquanto 57% aumentaram a oferta de produtos de mercearia seca de marca própria.
A Abras recomenda ao consumidor pesquisar antes de comprar, já que há grande variação entre marcas e estabelecimentos. Milan reforça que itens de marca própria podem ser uma opção mais econômica para manter a tradição das ceias sem comprometer o orçamento.
Mesmo com estratégias de contenção, o aumento médio nos preços deve impactar significativamente os consumidores, que terão de lidar com ceias mais caras e escolher entre manter as tradições ou adaptar suas celebrações.