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Desgaste no mercado: Haddad enfrenta crise de credibilidade com pacote fiscal

Pesquisa Genial/Quaest aponta perda de força do ministro da Fazenda e desconfiança generalizada sobre o arcabouço fiscal.

O Mercado e Haddad: Um Diagnóstico de Crise

A mais recente pesquisa Genial/Quaest revelou que o mercado financeiro avalia com pessimismo crescente o desempenho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a política fiscal do governo. De acordo com o levantamento realizado entre 29 de novembro e 3 de dezembro, a aprovação de Haddad caiu para 41%, frente aos 50% registrados em março. Além disso, 61% dos entrevistados acreditam que o ministro perdeu força desde o início de sua gestão, em contraste com apenas 14% que tinham essa percepção meses atrás.

O estudo captou a reação negativa ao pacote fiscal apresentado pelo governo na semana passada. Composto por medidas de contenção de despesas e a ampliação da faixa de isenção do imposto de renda para R$ 5 mil, o pacote foi criticado por 85% dos entrevistados, que consideram suas implicações prejudiciais para a economia. Não surpreendentemente, 67% dos fundos ouvidos pretendem aumentar suas posições no exterior diante da insegurança fiscal.

Credibilidade em Xeque

Para 58% dos participantes, o arcabouço fiscal perdeu completamente sua credibilidade, enquanto 42% acreditam que ainda resta alguma validade, embora limitada. A percepção de que a política econômica segue na direção errada subiu de 71%, em março, para alarmantes 96%. Apesar de indicadores de atividade econômica acima do esperado neste ano, a expectativa de piora nos próximos 12 meses aumentou significativamente, de 32% para 88%.

Além disso, cresce a percepção de que o governo enfrenta dificuldades para avançar com sua agenda no Legislativo. Apenas 39% dos entrevistados acreditam que o governo tem alguma capacidade de aprovar medidas importantes, percentual que, apesar de maior do que os 23% registrados em março, ainda reflete ceticismo generalizado.

Reflexos no Cenário Econômico

O cenário de desconfiança já afeta projeções de política monetária. Para 66% dos entrevistados, o Comitê de Política Monetária (Copom) deverá acelerar o ritmo de alta dos juros, com 0,75 ponto percentual na próxima reunião. Cerca de um terço do mercado aposta que o ciclo de aperto monetário terminará com a taxa Selic acima de 14%.

A pesquisa, publicada em O Farol Diário, reforça o alerta do mercado sobre a condução da política econômica. O governo enfrenta o desafio de recuperar credibilidade e estabilidade em um cenário de críticas crescentes e perspectivas econômicas adversas.

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