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Mulher de ministro petista ganha cargo vitalício em tribunal com salário de R$ 40 mil

Nomeação da esposa do ministro da Educação, Camilo Santana, enfrenta críticas da oposição e é apontada como exemplo de aparelhamento político.

Camilo Santana Manobra para Nomear Esposa ao TCE-CE

O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), articula para garantir a nomeação de sua esposa, Onélia Santana, ao Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE-CE). Atual secretária de Proteção Social do Ceará, Onélia pode ser sabatinada ainda nesta semana pela Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) e assumir o cargo vitalício, que oferece salário de R$ 39,7 mil, além de outros benefícios.

Segundo parlamentares ouvidos pelo Estadão, a indicação de Onélia, que conta com apoio da base do governador Elmano de Freitas (PT), deve ser oficializada nesta quarta-feira, 11. A votação, prevista para quinta-feira, 12, ou sexta-feira, 13, já teria os votos necessários para aprovação. No entanto, a oposição promete questionar a capacitação da indicada e levantar preocupações sobre possíveis conflitos de interesse.

Onélia, formada em Letras e doutora em Ciências da Saúde, poderá julgar contas do governo Elmano, de quem é secretária, e da gestão de seu marido enquanto governador. O deputado Carmelo Neto (PL), crítico da nomeação, alertou sobre a situação inédita e afirmou que a oposição está analisando as implicações éticas e legais do caso.

A indicação reforça a prática comum no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com outras esposas de ministros ocupando vagas semelhantes em tribunais de contas. A ONG Transparência Internacional classificou a situação como um exemplo de aparelhamento político, destacando que o Brasil “condena-se ao subdesenvolvimento” ao tolerar tais práticas.

Apoio Político Garante Nomeação, Mas Críticas Persistem

Caso confirmada, Onélia se juntará a outras esposas de ministros petistas que ocupam cargos em tribunais de contas estaduais, prática que tem gerado desconforto até mesmo dentro do próprio partido. A oposição, embora minoritária na Alece, pretende usar a sabatina para expor as fragilidades da indicação e reforçar a necessidade de critérios mais técnicos para nomeações.

O Farol Diário seguirá acompanhando os desdobramentos dessa nomeação, que reacende o debate sobre o uso político das instituições públicas no Brasil.

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