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Zelensky admite renúncia em troca de paz e adesão à Otan

Presidente ucraniano afirma que deixaria o cargo se isso garantisse o fim da guerra

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou neste domingo (23) que está disposto a renunciar ao cargo caso isso traga uma paz duradoura ao país. A afirmação foi feita durante uma coletiva de imprensa em Kiev, na véspera do terceiro aniversário da guerra com a Rússia. Segundo Zelensky, ele também trocaria seu mandato pela adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

“Se isso trouxer paz para a Ucrânia, se vocês precisarem que eu deixe esta cadeira, estou pronto para fazer isso e também posso trocá-la [a presidência] pela filiação da Ucrânia à Otan”, declarou o presidente. Ele reforçou que renunciaria imediatamente se essas condições fossem garantidas e que ficaria “feliz” caso sua saída significasse o fim do conflito.

A declaração ocorre em um momento de intensificação dos ataques russos. Mais cedo, Zelensky denunciou um ataque massivo de drones russos contra cidades ucranianas. Além disso, ele revelou que a Ucrânia e os Estados Unidos estão negociando um acordo sobre minerais essenciais, considerados estratégicos para a indústria e defesa ocidental.

A guerra completa três anos nesta segunda-feira (24), marcando um conflito que, inicialmente, o presidente russo Vladimir Putin acreditava poder resolver em poucos dias. Desde então, a Ucrânia tem resistido com apoio do Ocidente, enquanto busca sua adesão à Otan como forma de garantir sua segurança futura. A aliança militar, criada em 1949, prevê que um ataque contra um país-membro será respondido coletivamente, algo que poderia mudar o rumo da guerra.

A relação entre Rússia e Ucrânia é historicamente marcada por tensões. Durante séculos, a Ucrânia foi parte de impérios e da União Soviética, tornando-se independente em 1991. No entanto, sua proximidade com o Ocidente e o desejo de se afastar da influência russa sempre geraram atritos, culminando na invasão russa de 2022. Agora, Zelensky coloca sua própria permanência no poder como moeda de troca para buscar um desfecho definitivo para o conflito.

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