O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta quinta-feira (6) que a União Europeia destinará € 30,6 bilhões para apoiar a Ucrânia em sua guerra contra a Rússia. A decisão foi tomada durante uma reunião do Conselho Europeu, onde também ficou definido o aumento dos investimentos em defesa pelos países do bloco. A medida visa suprir o vácuo deixado pela suspensão do auxílio dos Estados Unidos ao governo de Volodymyr Zelensky.
O corte no apoio bélico e financeiro norte-americano foi anunciado na última segunda-feira (3), após uma tensa discussão entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o líder ucraniano. A mudança de postura de Washington ocorre em um momento de crescente pressão interna sobre os gastos com a guerra, especialmente com a proximidade das eleições presidenciais.
Macron, ao anunciar o novo pacote europeu, também defendeu um cessar-fogo no conflito, mas deixou claro que isso deve ocorrer com ressalvas. O presidente francês evitou dar detalhes sobre quais seriam essas condições, mas deixou subentendido que qualquer trégua deve ser benéfica aos interesses ocidentais e não resultar em ganhos territoriais para Moscou.
O aumento do investimento em defesa pelos países europeus sinaliza uma tentativa da UE de reduzir sua dependência militar dos EUA. A guerra na Ucrânia expôs fragilidades na capacidade de defesa do bloco, levando líderes como Macron a insistirem na necessidade de uma maior autonomia militar da Europa. No entanto, o novo pacote de ajuda pode aumentar tensões com a Rússia, que já alertou sobre as consequências de um maior envolvimento europeu no conflito.
A decisão do Conselho Europeu reforça o compromisso do bloco com a Ucrânia, mas também coloca em evidência a divisão no Ocidente sobre a continuidade do apoio militar. Com os EUA se afastando, a UE terá que decidir até que ponto está disposta a sustentar financeiramente e estrategicamente a resistência ucraniana contra Moscou.
