O Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou nesta segunda-feira (11) o cancelamento de 83% dos programas diretamente financiados e administrados pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). A medida representa um dos maiores cortes já realizados na instituição e faz parte de um esforço mais amplo da administração Trump para reduzir o que classificam como influência do “Estado profundo” dentro do governo federal.
Rubio usou as redes sociais para justificar a decisão, explicando que os 5.200 contratos agora cancelados gastaram “dezenas de bilhões de dólares de maneiras que não serviam (e em alguns casos até prejudicavam) os interesses nacionais fundamentais dos Estados Unidos”. Ele também informou que os 18% restantes dos programas continuarão a existir, mas sob uma administração mais rígida dentro do Departamento de Estado.
A decisão surge após uma revisão de seis semanas dos programas financiados pela USAID. No mês passado, a agência já havia colocado em licença funcionários considerados não essenciais e anunciado uma redução de 2.000 empregos nos Estados Unidos, posteriormente ajustada para 1.600. A revisão também foi respaldada por uma decisão judicial favorável à administração Trump, que garantiu ao governo federal a autoridade para interromper contratos e dispensar trabalhadores temporariamente durante o processo de avaliação da assistência internacional.
No ano fiscal de 2023, a USAID distribuiu cerca de US$ 72 bilhões em diversos projetos ao redor do mundo, incluindo financiamento para cuidados de saúde transgênero na Guatemala, combate à desinformação na internet no Cazaquistão, programas de circuncisão masculina voluntária em Moçambique e oportunidades de emprego para jovens LGBTQI+ na Sérvia. Esses e outros programas agora foram descontinuados, como parte da nova política de austeridade e reformulação da agência.
A decisão marca uma mudança drástica na abordagem da assistência externa dos EUA, realocando os recursos para projetos que a administração Trump considera mais alinhados com os interesses estratégicos da nação. A medida já gera debates no Congresso e pode impactar relações diplomáticas com diversos países que dependiam do financiamento americano.