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Musk no coração do Pentágono: encontro secreto ou estratégia de influência?

Bilionário participa de reunião sigilosa sobre defesa dos EUA, enquanto autoridades tentam minimizar teor militar do encontro.


Elon Musk foi ao Pentágono nesta sexta-feira (21) para uma reunião cuja natureza exata permanece envolta em controvérsia. Segundo fontes ouvidas pelo The New York Times, o encontro seria para apresentar ao bilionário os planos operacionais dos EUA em caso de guerra com a China. Poucas horas depois, o Departamento de Defesa e o presidente Donald Trump negaram que o assunto estivesse em pauta.

O episódio, revelado na véspera pela imprensa americana, levantou questionamentos sobre o papel informal — e cada vez mais central — de Musk na administração Trump, especialmente na área de Defesa. Embora o Pentágono tenha tentado reduzir o tom, afirmando que o encontro trataria apenas de inovação e eficiência, o Wall Street Journal confirmou que Musk receberia sim um briefing sobre estratégias militares em caso de conflito com a China.

A reunião teria sido agendada na “Tank”, uma das salas mais seguras do Pentágono, e contaria com a presença de altos oficiais, como o almirante Christopher Grady, presidente interino do Estado-Maior Conjunto, e o almirante Samuel Paparo, chefe do Comando Indo-Pacífico. Isso indica que o conteúdo seria de alto nível e sensibilidade, mesmo que as autoridades insistam no caráter “informal” da visita.

Elon Musk, CEO da SpaceX e da Tesla, possui autorização de segurança ultrassecreta, embora esteja sob investigação por supostas violações dos protocolos de confidencialidade. A SpaceX, por sua vez, é hoje considerada peça-chave na estratégia de defesa dos EUA — especialmente no campo espacial — e já foi descrita pelo governo chinês como “uma extensão do Exército americano”.

O envolvimento de Musk em uma reunião com esse grau de sigilo acendeu alertas sobre conflitos de interesse, já que ele mantém laços comerciais profundos com a China. Além de depender do mercado chinês para a produção e venda de veículos da Tesla, Musk evita criticar o Partido Comunista e já defendeu publicamente posições alinhadas com os interesses de Pequim.

A visita de Musk ao Pentágono, portanto, não apenas ilustra seu papel crescente como conselheiro de fato do governo Trump, mas também expõe as contradições de um sistema que se pretende estratégico, mas que, ao incluir empresários com interesses globais em decisões sensíveis, pode comprometer a própria segurança nacional. Para O Farol Diário, esse episódio reforça a necessidade de um debate mais transparente sobre os limites entre o setor privado e os interesses do Estado.

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