Na última sexta-feira (28), Mianmar foi abalado por um terremoto devastador que já é considerado o mais letal de sua história. O impacto inicial, seguido por novos tremores, como o de magnitude 5.1 registrado no domingo, continua a ameaçar vidas e a complicar os esforços de resgate. Equipes ainda buscam sobreviventes entre os escombros, mas vastas áreas permanecem inexploradas, aumentando a angústia das famílias e a incerteza quanto ao número de desaparecidos.
O desastre ocorre em um cenário já caótico. Desde o golpe militar de 2021, Mianmar mergulhou em uma guerra civil que fragilizou suas instituições e destruiu a confiança pública no governo. A resposta das autoridades ao terremoto tem sido criticada por sua lentidão e falta de coordenação, deixando grande parte da população à mercê da própria sorte. A infraestrutura precária, agora ainda mais danificada, impede a chegada rápida de ajuda humanitária.
Em um esforço para conter a crise, a Organização Mundial da Saúde enviou quase três toneladas de suprimentos médicos. A comunidade internacional também tem agido: a China despachou 82 equipes de resgate e prometeu quase 14 milhões de dólares em ajuda. A Cruz Vermelha, por sua vez, lançou um apelo emergencial para arrecadar 100 milhões de dólares.
O Farol Diário acompanha de perto essa tragédia, que escancara não só a vulnerabilidade natural de Mianmar, mas também os efeitos de um regime autoritário que ignora as necessidades básicas de seu povo. A solidariedade internacional surge como única esperança diante da ineficácia estatal, ressaltando a importância de redes de apoio livres de amarras políticas ou ideológicas em momentos de catástrofe.