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Galípolo alerta para inflação persistente e riscos externos à economia

Presidente do BC afirma que aumento de preços atinge diversos setores e que política monetária precisa manter postura restritiva diante de incertezas globais

Inflação persistente e disseminada, combinada a um cenário internacional volátil, foram os principais alertas feitos nesta terça-feira (22) pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Segundo ele, a elevação dos preços no Brasil não é pontual, mas espalhada por diversos grupos de produtos, incluindo bens industriais e serviços. A avaliação leva o BC a manter uma política monetária cautelosa.

Galípolo ressaltou que o atual dinamismo da economia brasileira exige juros em um patamar considerado restritivo, mesmo diante de um crescimento classificado por ele como “excepcional”. Ainda assim, a inflação continua elevada, com o IPCA acumulando alta de 5,48% em 12 meses até março — muito acima da meta de 3% estabelecida para 2025.

Outro ponto crítico apontado foi o descolamento das expectativas inflacionárias para os anos de 2025 a 2027. Usando uma metáfora, Galípolo comparou o papel do BC ao de alguém que precisa moderar uma festa: “Quando está muito aquecida, a gente tira a bebida; quando esfria, promete mais música”. A analogia, apesar de bem-humorada, revela a dificuldade de equilibrar crescimento e estabilidade.

O presidente do BC também alertou sobre os efeitos da depreciação cambial, especialmente sobre os preços de alimentos no domicílio, e destacou que o ambiente internacional agrava os desafios. Citou, por exemplo, a possibilidade de uma nova guerra tarifária deflagrada pelas medidas anunciadas por Donald Trump, o que poderia desacelerar ainda mais a economia global.

Além do impacto direto sobre os preços, tensões comerciais e aversão ao risco aumentam a pressão sobre países emergentes como o Brasil, já vulneráveis ao movimento de capitais internacionais. Ainda assim, Galípolo fez questão de lembrar que o país segue com fundamentos sólidos, impulsionado por safras recordes e setores em expansão.

A cobertura completa dessa audiência será publicada em O Farol Diário, destacando os riscos para a estabilidade econômica e a postura adotada pelo BC frente aos ventos contrários da economia global e às armadilhas da política inflacionária interna.

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