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Arrecadação do sindicato de irmão de Lula cresce 414% e entra na mira da PF

Operação "Sem Desconto" apura irregularidades em repasses do INSS a entidades como o Sindnapi, que arrecadou R$ 90,5 milhões em 2023

Sindicato de aposentados sob suspeita de irregularidades cresce 414% em arrecadação
A arrecadação do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) disparou nos últimos anos, saltando de R$ 17,6 milhões em 2019 para impressionantes R$ 90,5 milhões em 2023 — um aumento de 414%. Os dados, revelados pelo jornal O Globo e provenientes de investigação da Polícia Federal (PF), colocam a entidade, cuja vice-presidência é ocupada por Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no centro da operação “Sem Desconto”.

A operação, conduzida em conjunto pela PF e pela Controladoria Geral da União (CGU), investiga possíveis irregularidades em 11 associações, incluindo o Sindnapi, suspeitas de aplicar descontos indevidos diretamente na folha de pagamento de aposentados e pensionistas do INSS. Apenas nos primeiros três meses de 2024, o sindicato já arrecadou R$ 26 milhões. Em janeiro deste ano, contava com mais de 302 mil associados, segundo dados do INSS.

O Sindnapi ainda não se manifestou sobre os novos dados, mas, quando a operação foi deflagrada, emitiu nota apoiando a apuração: “Uma investigação séria e transparente ajuda a identificar possíveis irregularidades, corrigir falhas e evitar que injustiças continuem acontecendo”, disse em comunicado reproduzido por O Globo.

O vice-presidente da entidade, Frei Chico, afirmou em entrevista ao Estadão que o sindicato “já foi auditado” e se disse tranquilo quanto à apuração. Ao mesmo tempo, cobrou mais rigor das autoridades: “Eu espero que a Polícia Federal investigue de fato, porque tem muita entidade picareta por aí”.

Apesar do vínculo familiar com o presidente da República, até o momento não há indícios de que Frei Chico seja alvo direto das investigações. O foco da operação são os procedimentos e práticas adotadas pelos sindicatos para efetuar descontos sobre os benefícios do INSS — uma prática que, se mal fiscalizada, pode abrir espaço para abusos contra uma população vulnerável.

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