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“Dia da Prostituta” em Salvador gera embate entre vereadora do PT e oposição

Proposta da vereadora Marta Rodrigues (PT), irmã do governador, enfrenta críticas de parlamentares que questionam prioridades da gestão pública.

Salvador pode ser a primeira capital brasileira a instituir oficialmente o “Dia da Prostituta”. A proposta, de autoria da vereadora Marta Rodrigues (PT), está em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal e pretende criar o “Dia Municipal da Visibilidade da Trabalhadora e do Trabalhador do Sexo”. A data seria uma forma de reconhecer a luta por direitos e dignidade dessas profissionais, segundo a parlamentar, que é irmã do governador Jerônimo Rodrigues (PT).

A iniciativa tem como base um pedido da Associação das Profissionais do Sexo da Bahia (Aprosba), e, segundo Marta, o objetivo é combater o preconceito e reforçar a necessidade de políticas públicas voltadas à inclusão e ao respeito dessa categoria. “Essas pessoas precisam estar inseridas e respeitadas pela profissão que exercem”, declarou a vereadora durante entrevista à TV Câmara.

No entanto, o projeto tem sido alvo de forte oposição. O deputado estadual Diego Castro (PL) criticou duramente a proposta, alegando que ela ignora os problemas mais urgentes enfrentados pela população baiana, como saúde, segurança e educação. “Enquanto a Bahia enfrenta uma crise, tem vereadora preocupada em criar o ‘Dia da Prostituta’”, ironizou o parlamentar.

Castro também questionou a originalidade da medida, lembrando que já existe uma data internacional dedicada à causa — o dia 2 de junho, marco de um protesto de profissionais do sexo em Lyon, na França, na década de 1970. Para ele, a proposta da vereadora é mais uma tentativa do PT de priorizar pautas ideológicas em detrimento das demandas concretas da sociedade.

A discussão, que tem ganhado espaço nas redes sociais e na imprensa local, expõe um embate maior sobre os rumos da política identitária no Brasil. O projeto ainda não tem data definida para votação, mas promete mobilizar opiniões e destacar novamente as divergências entre governismo e oposição na Câmara Municipal.

O Farol Diário seguirá acompanhando os desdobramentos dessa pauta, que reacende debates sobre representatividade, prioridades legislativas e o papel do Estado na regulação de profissões marginalizadas.

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