Dois anos após prometer a volta da “picanha com cervejinha” para o povo brasileiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vê essa imagem simbólica da campanha desmoronar diante da realidade econômica. Segundo levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, 67,1% dos entrevistados afirmam não acreditar que o presidente conseguirá cumprir a promessa popular de facilitar o acesso a itens básicos do churrasco nacional.
A pesquisa, realizada entre os dias 18 e 22 de junho com 2.020 eleitores, revela que apenas 26,3% ainda têm alguma confiança na promessa, enquanto 6,6% preferiram não opinar. O número expressivo de céticos sugere uma percepção crescente de que o poder de compra do brasileiro, longe de melhorar, continua pressionado por preços altos e salários estagnados.
Entre os dados mais sensíveis está a opinião sobre o preço da picanha: metade dos entrevistados afirma que ela está mais cara agora do que durante o governo de Jair Bolsonaro. Para 21,7%, o preço permanece igual, e apenas 17,9% dizem que está mais barato. Esses números contrastam fortemente com a retórica de Lula, que transformou o churrasco popular em metáfora da retomada econômica.
Durante a campanha de 2022, Lula usou a imagem do “churrasquinho com cervejinha” como símbolo da prosperidade prometida com seu retorno ao Palácio do Planalto. A frase foi repetida em palanques, entrevistas e redes sociais, tornando-se uma das mais marcantes de sua estratégia de apelo popular.
No entanto, como mostra o levantamento do Paraná Pesquisas, o símbolo virou frustração para muitos. O presidente enfrenta agora não apenas o desafio de justificar os altos preços da carne e do consumo básico, mas também o desgaste de ter alimentado expectativas que parecem cada vez mais distantes da realidade.
Para O Farol Diário, a pesquisa acende um alerta político: no Brasil de hoje, promessas populistas feitas em comício precisam resistir ao teste do supermercado.