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Entre a Rússia e os EUA: Europa enfrenta novo dilema energético

Pressionada por reservas em queda e sem alternativa fácil, União Europeia lida com advertência energética de Trump em meio à crise com Moscou.

Trump impõe condição energética à Europa em meio à crise com Rússia

A União Europeia enfrenta uma encruzilhada energética em um momento delicado de sua história. Após anos dependendo majoritariamente do gás natural russo — que chegou a representar quase 40% das importações do bloco — a guerra na Ucrânia impulsionou uma mudança forçada de rumo. Ainda que a UE tenha buscado diversificar suas fontes e reforçado políticas de armazenamento em 2023, os estoques voltaram a cair, reabrindo a vulnerabilidade energética do continente.

Mesmo com os esforços para cortar laços com Moscou, a Europa segue importando volumes recordes de gás natural liquefeito (GNL) russo por navio. Isso ocorre em parte devido à ausência de um mecanismo centralizado de compras no bloco, o que impede negociações mais robustas e coordenadas com fornecedores alternativos.

Nesse contexto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recém-empossado, lançou uma advertência contundente à União Europeia: aumentem as compras de petróleo e GNL dos EUA ou enfrentarão tarifas comerciais. A ordem executiva foi assinada em menos de 24 horas após sua posse, deixando claro que a política energética também será uma ferramenta de pressão comercial na nova administração.

Trump aposta no vácuo deixado pela Rússia para expandir a influência americana no mercado energético europeu, mas a transição está longe de ser simples. Infraestruturas limitadas, contratos de longo prazo com fornecedores russos e custos mais altos são barreiras que desafiam a autonomia energética do bloco.

Para os europeus, a escolha parece cada vez mais restrita a duas opções: aceitar o gás americano sob condições políticas ou continuar convivendo com a dependência de um regime hostil. O Farol Diário seguirá acompanhando os desdobramentos dessa disputa energética que tem tudo para redefinir o equilíbrio de poder no continente.

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