O Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, articulou nos bastidores do Supremo Tribunal Federal (STF) um esquema de transmissão dos julgamentos envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A estratégia visa explorar politicamente o andamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre uma suposta tentativa de golpe. A Corte reservou os dias 25 e 26 de fevereiro para decidir se Bolsonaro e outros sete acusados se tornarão réus.
Nos bastidores, a cúpula petista avalia que a popularidade de Bolsonaro ainda resiste, mesmo após os episódios investigados. A expectativa do partido é de que a imagem do ex-presidente comece a se deteriorar à medida que o processo avance publicamente e ganhe repercussão nas redes sociais e nos meios de comunicação.
O secretário de Comunicação do PT, deputado Gilmar Tatto (SP), revelou ao portal Metrópoles que haverá mobilização da equipe petista durante os julgamentos. A estratégia inclui transmissões ao vivo nas manhãs de terça e quarta-feira, com apoio direto do presidente da legenda, senador Humberto Costa (PE).
A ofensiva de comunicação contará com comentaristas e juristas afinados com o discurso do partido, entre eles o ex-procurador Pedro Serrano, ligado ao grupo Prerrogativas. O objetivo é produzir conteúdo com apelo viral e explicações técnicas voltadas a fragilizar a narrativa de Bolsonaro, aproveitando o aparato midiático semelhante ao usado durante a CPI da Covid.
O PT também solicitou oficialmente ao STF o credenciamento de profissionais para acompanhar e reportar diretamente da frente do Supremo. A intenção é transformar o julgamento em um grande evento midiático, com retransmissão pelas redes sociais, YouTube e canais de TV, reeditando a estratégia que alavancou a CPI da pandemia em 2021. O Farol Diário seguirá acompanhando os desdobramentos.