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MST ganha 180 mil hectares de Maduro para criar comuna socialista na Venezuela

Terras doadas por Nicolás Maduro ao MST reacendem debate sobre projetos separatistas e preocupam analistas pela proximidade com área em litígio internacional

MST e Maduro selam parceria para nova comuna socialista na Venezuela
O ditador venezuelano Nicolás Maduro doou 180 mil hectares de terras ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), no estado de Bolívar, sul da Venezuela, próximo à fronteira com o Brasil. O objetivo é fundar a “Pátria Grande do Sul”, que segundo a propaganda oficial será “a maior comuna socialista do país”. A iniciativa marca a realização de um projeto antigo do MST, agora levado adiante fora do território brasileiro.

A proximidade com a região de Essequibo — território em disputa entre Venezuela e Guiana — levanta preocupações geopolíticas. A nova área entregue ao MST está a apenas 230 quilômetros da zona de conflito. Para o cientista político venezuelano Carlos José León, a ação de Maduro visa não apenas ocupar a área estrategicamente, como também envolver o Brasil em um eventual embate diplomático, embora essa hipótese ainda soe remota.

A aliança entre o MST e o chavismo reacende memórias de antigos planos separatistas do movimento no Brasil. Segundo Xico Graziano, ex-presidente do Incra no governo FHC, o MST chegou a elaborar um projeto chamado “República Socialista Guarani”, que seria um enclave autônomo em Mato Grosso do Sul. “Era uma ideia de criar um domínio territorial para demonstrar a viabilidade do socialismo”, afirmou Graziano à VEJA, lembrando da articulação com o então chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Alberto Cardoso.

Embora os planos brasileiros não tenham prosperado, os serviços de inteligência seguiram monitorando o movimento de perto. O caso da Venezuela, porém, mostra que a estratégia de territorialização socialista ganhou novo fôlego sob a proteção de regimes aliados ideologicamente. A entrega de terras por parte de um ditador com histórico de autoritarismo escancara não apenas o viés político do MST, como também o uso de movimentos sociais como instrumento de poder regional.

Publicado por O Farol Diário, o caso reforça a necessidade de vigilância sobre alianças que extrapolam fronteiras e podem ameaçar a estabilidade geopolítica sul-americana.

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