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Queda da pobreza marca primeiro ano de Milei

Após um ano de fortes medidas econômicas, o índice de pobreza na Argentina caiu para 38,1% no fim de 2024, de acordo com dados oficiais divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística e Censo (Indec) nesta segunda-feira (31). A queda, de quase 15 pontos percentuais em relação aos 52,9% do semestre anterior, marca o primeiro ano do governo Javier Milei e representa o menor patamar desde antes da pandemia.

A melhora foi impulsionada principalmente pelo controle da inflação — que caiu para 2,4% em fevereiro — e por uma recuperação, ainda que tímida, do poder de compra dos salários. Embora o governo celebre o resultado como prova da eficácia de sua política de responsabilidade fiscal e liberalização econômica, especialistas apontam que parte significativa da população segue em situação crítica.

“O atual índice está abaixo do registrado ao fim da gestão de Alberto Fernández e Cristina Kirchner”, destacou o governo em nota, aproveitando para criticar os peronistas: “Esses índices refletem o fracasso das políticas do passado, que vendiam ajuda aos pobres enquanto aprofundavam a precariedade”.

Apesar do avanço numérico, entidades como o Observatório da Dívida Social, da Universidade Católica Argentina, alertam que a pobreza crônica permanece elevada, com 29% dos trabalhadores vivendo abaixo da linha da pobreza. O desemprego aumentou para 6,4%, e o consumo interno recuou quase 10% em fevereiro.

Além disso, Buenos Aires registrou crescimento de 23,2% no número de moradores em situação de rua. A alta nos custos de vida, agravada pelo corte de subsídios, e a paralisação de obras públicas têm limitado a percepção de melhora nas ruas. A indigência, embora também tenha caído — de 18,1% para 8,2% —, segue afetando milhões.

Com a aproximação das eleições legislativas e a expectativa de um acordo bilionário com o FMI, Milei sustenta boa aprovação popular, apesar de escândalos recentes como o “criptogate”. A política econômica de choque, embora contestada, mostra sinais de estabilização que poderão influenciar decisivamente o cenário político argentino nos próximos meses.

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