O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (2) a imposição de uma tarifa de 10% sobre todos os produtos importados do Brasil. A decisão foi revelada durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca, em evento denominado “Dia da Libertação”, onde o líder republicano destacou o objetivo de fortalecer a indústria nacional e gerar empregos. As novas taxas passam a valer imediatamente.
Trump apresentou uma tabela com as novas tarifas que atingem diversos parceiros comerciais dos EUA. Segundo ele, os 10% representam um patamar inicial, podendo haver elevações específicas conforme o país de origem. O presidente declarou que este é “um dia histórico para a América” e afirmou que as medidas fazem parte do plano para tornar os Estados Unidos “ricos novamente”.
A relação comercial entre o Brasil e os Estados Unidos já era desfavorável ao país sul-americano, que em 2024 exportou US$ 40,3 bilhões e importou US$ 40,6 bilhões, resultando em um superávit de US$ 283 milhões para os norte-americanos. Com a nova tarifa, espera-se um impacto direto nas exportações brasileiras, especialmente de itens como petróleo bruto, aço, aeronaves e café.
Desde março, o governo Trump já havia aplicado tarifas de 25% sobre importações de alumínio e aço, em linha com uma política comercial cada vez mais protecionista. Agora, a taxação se amplia para um leque ainda maior de produtos, afetando diretamente parceiros estratégicos como o Brasil.
Entre os principais produtos brasileiros vendidos aos EUA estão óleos brutos de petróleo (14%), aço semi-acabado (8,8%) e aeronaves (6,7%). Já entre os produtos importados dos EUA destacam-se máquinas não elétricas (15%) e óleos combustíveis processados (9,7%). As novas tarifas prometem reconfigurar esse fluxo comercial.
O Farol Diário seguirá acompanhando os desdobramentos dessa medida, que poderá ter consequências relevantes tanto para o setor produtivo brasileiro quanto para a relação diplomática entre os dois países.
