1180x152

Lobo pré-histórico volta à vida com edição genética

A empresa Colossal Biosciences recria espécie extinta que inspirou animais de Game of Thrones

Três filhotes com aparência do extinto lobo terrível foram apresentados pela Colossal Biosciences como resultado de um ambicioso projeto de engenharia genética. Embora não sejam, tecnicamente, da espécie extinta há mais de 10 mil anos, os animais compartilham características físicas e comportamentais com os antigos predadores da Era do Gelo. O anúncio foi destaque na revista Time e levanta debates sobre biotecnologia e conservação ambiental.

Batizados de Romulus, Remus e Khaleesi, os lobos foram gerados a partir da modificação de 20 genes de lobos cinzentos comuns. A empresa utilizou fragmentos de DNA extraídos de fósseis antigos para guiar o processo, com os embriões sendo gestados por cães de grande porte. Os filhotes vivem hoje em uma reserva ecológica monitorada, com alimentação controlada e cuidados veterinários constantes.

Apesar da aparência imponente e do comportamento selvagem — os filhotes evitam até os tratadores —, cientistas alertam que essas criaturas não são verdadeiros “lobos terríveis” (Aenocyon dirus), que evoluíram separadamente dos lobos modernos há cerca de seis milhões de anos. Ainda assim, a Colossal sustenta que se os animais se parecem, agem e vocalizam como seus ancestrais extintos, isso justificaria a nomenclatura funcional.

Críticos da iniciativa, ouvidos pela New Scientist, questionam a viabilidade de trazer de volta predadores especializados em presas extintas, como mamutes e bisões gigantes, num ecossistema moderno. O projeto, segundo os especialistas, pode ter mais valor simbólico do que prático — e reacende debates éticos sobre manipulação genética e intervenções humanas na natureza.

A empresa, que também tenta reviver o mamute-lanoso e o tigre-da-Tasmânia, afirma que seus esforços têm como foco final a conservação de espécies ameaçadas. No entanto, o caso dos “lobos terríveis” serve como alerta: nem toda inovação biotecnológica deve ser celebrada sem ponderações. O Farol Diário acompanhará os desdobramentos dessa ousada experiência científica.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *