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Juíza dos EUA interrompe audiência ao flagrar uso de “advogado de IA”

Caso inusitado levanta debate sobre os limites do uso de inteligência artificial em tribunais, após intervenção de uma juíza ao descobrir que vídeo apresentado era de um advogado gerado por IA

Uma juíza da Suprema Corte do Estado de Nova York interrompeu uma audiência ao perceber que um dos participantes havia utilizado um “advogado artificial”, gerado por inteligência artificial, para apresentar sua argumentação. O episódio ocorreu no Primeiro Departamento Judicial da Divisão de Apelações, durante uma sessão gravada em 26 de março.

Jerome Dewald, de 74 anos, representava a si mesmo em um processo trabalhista e obteve autorização para exibir um vídeo com seus argumentos. Contudo, ao iniciar a apresentação, surgiu um avatar masculino, mais jovem e trajando roupas formais, que se apresentou como advogado perante o painel de juízes. A juíza Sallie Manzanet-Daniels rapidamente interrompeu a exibição e exigiu explicações.

“Eu gerei isso. Não é uma pessoa real”, admitiu Dewald, surpreendendo a magistrada. A juíza se mostrou irritada e destacou que teria sido importante saber previamente do uso de uma IA. “Não gosto de ser enganada”, afirmou, antes de ordenar que o vídeo fosse desligado.

Dewald explicou posteriormente ao The New York Times que optou por usar um software de inteligência artificial após enfrentar dificuldades de comunicação em audiências anteriores. Ele também enviou uma carta de desculpas ao tribunal, admitindo constrangimento pela situação.

O incidente reacende o debate sobre os limites éticos e legais do uso de ferramentas baseadas em inteligência artificial em ambientes formais como o Judiciário. O Farol Diário acompanha a crescente tensão entre inovações tecnológicas e as tradições do sistema judicial, especialmente nos EUA, onde a regulação da IA ainda é tema de acaloradas discussões.

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