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Gastos com comitiva de Lula ao Japão e Vietnã ultrapassam R$ 800 mil

Valores ainda parciais não incluem passagens aéreas; total final pode ser muito maior

A recente viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Japão e ao Vietnã gerou gastos de R$ 826,7 mil apenas em diárias, segundo dados preliminares do Portal da Transparência, levantados pelo site Poder360. O valor cobre o período de 24 a 30 de março e não inclui os custos com passagens aéreas dos 84 integrantes da comitiva presidencial. A despesa real, portanto, deve ser consideravelmente mais alta.

A comitiva era composta por ministros, parlamentares aliados, empresários e sindicalistas simpáticos ao governo. Entre os nomes estavam o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O governo justificou a missão como uma oportunidade de estreitar laços com o Congresso e ampliar acordos comerciais, sobretudo com o Japão, onde houve anúncio da compra de 15 jatos da Embraer pela All Nippon Airways, em negócio estimado em R$ 10 bilhões.

Apesar do potencial econômico dos acordos, o custo da viagem levanta questionamentos. O levantamento do Poder360 indica que 29 membros da comitiva ainda não tiveram seus gastos publicados. Além disso, muitos integrantes viajaram dias antes do presidente, fazendo longos trajetos em voos comerciais com múltiplas escalas, o que pode ter encarecido ainda mais a empreitada.

O ministério com maior número de representantes foi a Secretaria de Comunicação (Secom), com 11 pessoas. A Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) liderou os gastos com diárias, somando R$ 130 mil. Em 2024, o governo federal já desembolsou R$ 2,15 bilhões em diárias — um aumento de 9% em relação ao ano anterior, o maior montante desde 2014, no governo Dilma Rousseff (PT).

Desde o início de seu terceiro mandato, Lula já passou 96 dias em viagens internacionais. Na quarta-feira (9), o presidente esteve em Honduras para a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos. A rápida passagem pelo país vizinho é mais uma de uma série de compromissos que evidenciam a ênfase do governo em diplomacia — muitas vezes acompanhada de altos custos ao erário.

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