1180x152

Ações da Petrobras caem mais de 7% e acendem alerta no mercado financeiro

Estatal enfrenta sua pior crise na Bolsa em dois anos em meio à queda do petróleo, incertezas sobre dividendos e pressão por reajuste nos combustíveis.

Petrobras registra pior desempenho na Bolsa em dois anos
A Petrobras encerrou esta sexta-feira (11) com queda acumulada de mais de 7% em apenas dois dias, marcando seu pior desempenho no mercado de ações desde 2023. Os papéis da estatal fecharam o dia cotados a pouco mais de R$ 30, pressionados por uma série de fatores externos e internos que ampliaram a aversão dos investidores. A informação foi confirmada por dados do mercado financeiro e repercutida pelo O Farol Diário.

Entre os motivos que afetam o desempenho da empresa, destaca-se a queda acentuada no preço do petróleo tipo brent, que atingiu US$ 63 por barril — patamar que não era visto desde a crise global de 2020. A retração reflete o endurecimento da política tarifária dos Estados Unidos sob o governo Donald Trump, a escalada nas tensões comerciais e o medo crescente de uma recessão global que reduza a demanda por combustíveis fósseis.

O impacto também chegou ao mercado interno, onde a gasolina vendida no Brasil já está cerca de 7% acima da paridade internacional, pressionando a Petrobras a reduzir preços. Essa defasagem ameaça ainda mais a receita da companhia, que pode ser forçada a cortar margens para manter competitividade diante de um ambiente regulatório instável e sujeito a pressões políticas.

Outro ponto de tensão é a incerteza em torno do pagamento de dividendos extraordinários. Apesar da estatal manter seu endividamento sob controle, analistas do mercado, como os da Genial Investimentos, destacam que a tendência de queda do brent e a retração de receita podem levar a uma política mais conservadora de distribuição de lucros — o que afasta investidores interessados em retorno de curto prazo.

Combinando um cenário global desfavorável, dúvidas sobre a sustentabilidade financeira e um ambiente político cada vez mais intervencionista, a Petrobras entra em uma fase crítica. Os reflexos dessa instabilidade não se restringem à estatal, mas ecoam por todo o mercado brasileiro, em um momento em que a confiança dos investidores se mostra especialmente sensível à condução econômica do país.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *