1180x152

Descontrole fiscal empurra IPCA acima da meta e acende alerta no BC

Campos Neto aponta responsabilidade do governo Lula pelo aumento da inflação, que já ultrapassa o teto da meta pela terceira vez em 2025

Inflação em alta reforça necessidade de ajuste fiscal, alerta Campos Neto

A inflação acumulada em 12 meses no Brasil atingiu 5,48% em março de 2025, o maior patamar desde fevereiro de 2023, de acordo com dados do IBGE. O índice supera o teto da meta oficial do Banco Central, que é de 4,5%, e pressiona por novos aumentos na taxa Selic, atualmente em 14,25% ao ano. A situação reacende o debate sobre a condução da política econômica sob o governo Lula, especialmente no que diz respeito à responsabilidade fiscal.

Apesar de uma desaceleração pontual no mês — com o IPCA registrando 0,56% em março frente a 1,31% em fevereiro — o acumulado segue fora da zona de tolerância da política monetária. Com a projeção do IPCA para 2025 agora em 5,65%, segundo o Boletim Focus, o Banco Central se vê forçado a manter a estratégia de juros altos para tentar conter a escalada inflacionária.

Em entrevista à Jovem Pan, o ex-presidente do BC, Roberto Campos Neto, atribuiu o aumento dos preços à expansão irresponsável dos gastos públicos. “A inflação é um reflexo direto da má gestão fiscal, e não culpa do setor produtivo”, afirmou. Para ele, o atual cenário é consequência de um Estado que gasta mais do que arrecada, gerando desconfiança e pressionando o câmbio, os preços e os juros.

A crítica de Campos Neto também expõe uma narrativa recorrente no governo, que tenta transferir a responsabilidade pela inflação ao mercado e à iniciativa privada. Essa abordagem, segundo analistas, enfraquece a credibilidade da equipe econômica e compromete a previsibilidade necessária para atrair investimentos.

Com a confiança dos investidores em queda e a inflação persistentemente acima da meta, o governo Lula enfrenta dificuldades crescentes para ancorar expectativas. A continuidade do descontrole fiscal pode tornar inevitável um novo ciclo de aperto monetário, aprofundando o impacto negativo sobre o consumo e a atividade econômica.

O Farol Diário seguirá acompanhando os desdobramentos desse cenário e seus efeitos sobre o bolso do cidadão.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *