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Brasil amarga última posição em ranking global de competitividade industrial

Alta carga tributária, juros elevados e deficiências na educação são apontados como principais entraves à competitividade brasileira

O Brasil ocupa a 18ª e última colocação no ranking de competitividade industrial divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na quarta-feira (16.abr.2025). O relatório “Competitividade Brasil — 2023/2024” comparou o país a outras 17 nações com características econômicas e de inserção internacional semelhantes. Países como Países Baixos, EUA, Coreia do Sul e Alemanha lideram a lista, com notas acima de 6, enquanto o Brasil ficou com apenas 3,6.

O estudo avaliou oito grandes fatores, incluindo ambiente econômico, educação e infraestrutura, e mais de 20 subfatores. Os piores desempenhos brasileiros foram nos critérios de ambiente econômico, desenvolvimento humano e trabalho, e educação — em todos, o Brasil apareceu na última posição. O sistema tributário complexo e ineficiente, somado à taxa Selic de 14,25% ao ano e aos altos spreads bancários, pesaram fortemente contra o país.

A educação também teve peso decisivo no resultado negativo. A análise levou em conta dados do Pisa e o investimento em educação básica, profissional e superior. O Brasil ficou entre os últimos colocados, refletindo um déficit estrutural de formação técnica e científica — áreas essenciais para a inovação e o desenvolvimento industrial.

No fator desenvolvimento humano e trabalho, o Brasil também ficou em último, prejudicado pela alta desigualdade de renda e gênero, e por um fraco desempenho em indicadores ligados à diversidade, equidade e inclusão (DEI). O país ficou entre os dois piores em quase todos os subfatores deste critério, o que compromete a produtividade da força de trabalho.

Apesar da péssima média geral, o Brasil se destacou positivamente em poucos aspectos. O desempenho em segurança pública e defesa do Estado foi o segundo melhor entre os países analisados, impulsionando o fator “ambiente de negócios”. Além disso, o país apresentou bons resultados na área ambiental, com destaque para o uso de energia renovável e baixa intensidade de emissões de gases de efeito estufa.

A publicação da CNI, veiculada anualmente desde 2010, reforça a necessidade urgente de reformas estruturais no país — especialmente nas áreas tributária, educacional e institucional — para que o Brasil possa, de fato, competir em pé de igualdade com outras economias globais. O Farol Diário continuará acompanhando os desdobramentos e as respostas do setor público e privado a esse diagnóstico preocupante.

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