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Empresas brasileiras recorrem à recuperação extrajudicial em volume recorde em 2025

Explosão de 800% em relação a 2024 revela tendência de fuga do Judiciário para evitar falência e manter negócios vivos.

Volume de renegociações cresce 800% e escancara crise empresarial em 2025

As empresas brasileiras estão recorrendo como nunca à recuperação extrajudicial em 2025. De acordo com dados do Observatório Brasileiro de Recuperação Extrajudicial (Obre), o volume de dívidas renegociadas por essa via já soma R$ 3,3 bilhões apenas neste ano — uma alta superior a 800% em comparação ao primeiro trimestre de 2024. Os números apontam para uma tendência clara: cada vez mais companhias buscam alternativas fora do Judiciário para evitar a falência.

O instrumento da recuperação extrajudicial permite que empresas em dificuldade financeira renegociem suas dívidas diretamente com credores, sem precisar enfrentar o lento e custoso processo da recuperação judicial. Em tempos de burocracia excessiva e judicialização generalizada, o caminho extrajudicial surge como alternativa mais ágil e, em muitos casos, mais eficaz.

Entre os maiores casos de 2025 está o da rede de supermercados St Marche, que renegociou R$ 528 milhões em dívidas — ficando atrás apenas da mineradora Araguaia Níquel Metais, com R$ 2,3 bilhões. Os números reforçam o papel crescente desse mecanismo no ambiente corporativo brasileiro, especialmente diante de uma economia ainda combalida por políticas intervencionistas do passado recente.

Em 2024, o Brasil já havia registrado um recorde histórico de pedidos de recuperação extrajudicial: 59 solicitações e R$ 39 bilhões em dívidas renegociadas. Isso representou um salto de 387,5% em relação ao ano anterior, indicando que o movimento atual não é um fenômeno isolado, mas sim uma continuidade de uma tendência em crescimento.

Enquanto a recuperação judicial ainda é amplamente utilizada — com a intermediação do Judiciário para evitar o fechamento de empresas e o desemprego —, o aumento expressivo das recuperações extrajudiciais pode sinalizar uma busca legítima por mais liberdade contratual e menos amarras estatais.

O Farol Diário seguirá acompanhando de perto essa movimentação, que pode redefinir o mapa da solvência empresarial no país nos próximos anos.

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