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Jovens chineses enfrentam crise com “desafio da frugalidade”: viver com 70 dólares por mês

Em meio à desaceleração econômica e incertezas no mercado de trabalho, jovens na China compartilham nas redes sociais estratégias para sobreviver com orçamentos mínimos.

Frugalidade viraliza entre jovens chineses em meio à crise econômica

Com a volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e o aumento da tensão comercial com novas tarifas à China, o gigante asiático mergulha em uma crise econômica interna, com desaceleração do crescimento e mercado de trabalho frágil, especialmente para os jovens. Nesse cenário desafiador, surge um fenômeno curioso, reportado pelo The Washington Post: o “desafio de economia radical”, onde jovens tentam sobreviver com menos de 500 yuans (cerca de R$ 415) mensais.

O movimento, conhecido como “frugalidade orgulhosa”, ganhou força nas redes sociais chinesas como o Xiaohongshu, onde os participantes compartilham fotos de refeições modestas, trocam dicas de economia e relatam suas experiências de superação financeira. A iniciativa reflete uma mudança de comportamento significativa entre as gerações mais novas, que agora valorizam a simplicidade e o planejamento financeiro em detrimento do consumo ostentatório.

Essa transformação cultural já impacta o mercado de luxo, conforme relatou o jornal Nikkei. Empresas como a LVMH, líder mundial no setor, registraram queda nas vendas na China, indicando que o consumo conspícuo das elites está dando lugar a uma austeridade estratégica. Jovens como Xue, Zhao e Helena Lui, entrevistadas pelo Washington Post, mostram como essa frugalidade tem sido uma resposta prática e consciente ao momento econômico adverso.

Xue, que perdeu seu emprego na indústria tecnológica, reduziu drasticamente seus gastos e encontrou valor na culinária caseira e nas promoções online. Zhao, engenheira em Pequim, adotou dietas simples e econômicas, enquanto Helena Lui canalizou suas economias para um objetivo de longo prazo: a compra de sua casa própria. Esses relatos de resiliência sugerem que o atual momento pode desencadear mudanças profundas nos hábitos de consumo na China.

Para O Farol Diário, essa tendência reforça uma crítica já conhecida: as consequências de políticas econômicas excessivamente intervencionistas e um modelo de crescimento artificialmente acelerado. Agora, a nova geração chinesa parece buscar, não sem esforço, formas mais autênticas e sustentáveis de viver diante de um cenário cada vez mais incerto.

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