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Ministro do Trabalho defende redução da jornada e critica juros altos

Durante ato do Dia do Trabalho, Luiz Marinho destacou crédito consignado via CLT e cobrou ação do Congresso para mudanças constitucionais

Economia estagnada, juros altos e condições de trabalho desgastantes. Esse foi o diagnóstico feito pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, durante ato do Dia do Trabalho nesta quinta-feira (1), em São Paulo. Segundo o ministro, o Brasil atravessa um “mau momento” econômico, agravado pelos juros elevados, e a saída passa por medidas como a ampliação do crédito consignado via CLT — que, segundo ele, já movimentou R$ 10 bilhões — e a redução da jornada semanal de trabalho.

Durante seu discurso na zona norte da capital paulista, Marinho defendeu a transição da jornada de 44 para 40 horas semanais e o fim gradual da escala 6×1, considerada por ele “cruel, especialmente contra as trabalhadoras”. A proposta, no entanto, dependeria de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que exige apoio robusto no Congresso Nacional. O ministro apelou por mobilização dos sindicatos e apoio popular para pressionar deputados e senadores.

Além da pauta trabalhista, Marinho criticou a baixa remuneração dos trabalhadores e apelou aos empresários para enxergarem seus funcionários também como consumidores. “Se ele tiver boas condições, vai consumir mais”, afirmou, alinhando sua fala à de Lula na véspera, que também cobrou debate sobre o modelo de escala atual. A fala também se soma às movimentações nos bastidores entre centrais sindicais e parlamentares.

Apesar da defesa por mudanças, o ministro reconheceu que nenhuma delas será imediata. “É evidente que isso não será num passe de mágica, é preciso mobilização, é preciso convencimento”, disse, reforçando a importância do fortalecimento das entidades sindicais e das negociações coletivas. Ele sugeriu que modelos alternativos de escala poderão ser acordados por convenção, desde que o novo limite semanal esteja garantido na Constituição.

A proposta conta com simpatia de parte do Congresso, incluindo parlamentares de centro-direita, segundo apurou O Farol Diário. Representantes da CUT e da Força Sindical demonstraram otimismo cauteloso, admitindo que a batalha será longa. “Tudo o que a gente conquista foi com luta”, disse Sérgio Nobre, presidente da CUT. Miguel Torres, da Força Sindical, concordou: “Temos que levar o trabalhador a defender isso.”

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