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Iêmen proíbe exportação de petróleo dos EUA após bombardeios

Sana’a, 3 de maio – O governo do Iêmen anunciou neste sábado que vai proibir, a partir de 17 de maio, toda e qualquer exportação, reexportação ou transação de petróleo bruto dos Estados Unidos, em retaliação aos recentes ataques aéreos conduzidos por Washington contra a infraestrutura civil e a população do país. A medida foi confirmada por meio de um comunicado do Centro de Coordenação de Operações Humanitárias (HOCC), que classificou os ataques como “massacres hediondos contra a humanidade”.

Segundo o governo iemenita, os bombardeios atingiram inclusive o porto petrolífero de Ras Issa, na província de al-Hudaydah, ferindo civis e danificando estruturas essenciais para a economia nacional. O HOCC afirma que as ações americanas têm como objetivo “assediar e sitiar o povo iemenita” e, por isso, o país estaria exercendo seu direito de legítima defesa ao impor sanções energéticas.

A decisão inclui a proibição do código SH 2709.00, referente ao petróleo bruto americano, seja ele exportado diretamente dos EUA ou por meio de operações indiretas, como transferências de navio para navio (STS). Empresas que desrespeitarem a nova política poderão ser sancionadas, e suas frotas impedidas de operar em águas estratégicas como o Mar Vermelho, o Golfo de Áden e o Oceano Índico.

O comunicado também alerta que as sanções se estenderão a acionistas, executivos, parentes próximos e entidades relacionadas às empresas que violarem a medida. Nasruddin Amer, membro do bureau político do movimento Ansarullah, declarou na plataforma X que o objetivo é desencorajar qualquer apoio comercial às ações dos Estados Unidos no Iêmen.

Em tom menos rígido, o governo iemenita deixou espaço para exceções. Estão previstas isenções para transações com fins humanitários ou para países e empresas que publicamente se oponham às políticas de Washington. As autorizações, no entanto, deverão ser previamente solicitadas e aprovadas pelas autoridades iemenitas.

O Farol Diário segue acompanhando os desdobramentos desta escalada nas tensões geopolíticas, que podem ter impactos relevantes sobre o comércio marítimo internacional e a estabilidade energética global.

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