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Marlboro supera expectativas, mas dispara alerta contra vapes ilegais

Em teleconferência de resultados, gigante do tabaco cobra ação do governo contra dispositivos ilícitos que minam o mercado regulado e ameaçam a saúde pública.

Na primeira teleconferência de resultados de 2025, a Altria mostrou força no desempenho financeiro, mas não poupou críticas à proliferação de vapes não regulamentados. A empresa, controladora da Marlboro nos EUA e da fabricante de charutos Black & Mild, afirmou que os dispositivos eletrônicos ilegais estão desestabilizando o mercado e minando os esforços por uma transição segura para produtos sem fumaça.

Apesar da receita líquida ter registrado uma queda de 5,7% no primeiro trimestre — totalizando US$ 5,2 bilhões — os números superaram as expectativas do mercado, que projetavam US$ 4,6 bilhões. O lucro por ação ajustado (LPA) foi de US$ 1,23, acima da estimativa de US$ 1,19. A empresa também informou a recompra de 5,7 milhões de ações e reiterou sua previsão de crescimento anual do LPA entre 2% e 5%.

O CEO Billy Gifford destacou a força do segmento premium, especialmente da marca Marlboro, mas alertou para a queda de 9% no volume de remessas de cigarros e 2,9% nos charutos. A substituição por vapes é evidente, e a empresa estima que mais de 20 milhões de consumidores utilizem atualmente esses dispositivos nos EUA — 2,6 milhões a mais que no ano anterior.

Segundo a Altria, cerca de 60% do mercado de vapes é formado por produtos não autorizados, muitos vindos da China, o que representa um desafio para a FDA e um risco à saúde pública. “Estamos engajando membros do Congresso para pressionar por ações mais coordenadas”, afirmou Gifford, defendendo reformas regulatórias que acelerem a aprovação de novos produtos legais e ampliem a repressão aos ilícitos.

A questão das tarifas também entrou em pauta. O CFO da Altria, Sal Mancuso, disse que os consumidores seguem priorizando sabor e experiência premium, apesar do impacto da inflação. No entanto, admitiu que o preço tem ganhado peso nas decisões de compra — uma realidade que pode afetar a dinâmica do mercado nos próximos trimestres.

O Farol Diário seguirá acompanhando os desdobramentos das ações regulatórias e os impactos desse cenário na indústria do tabaco e nos hábitos de consumo.

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