BRASÍLIA, 10 de maio – O Ministério da Educação (MEC) confirmou ter adquirido 600 pares de meias personalizadas ao custo unitário de R$ 41,80 como parte de uma ação de marketing interno do programa Pé-de-Meia, voltado a estudantes de baixa renda. A informação veio em resposta a um requerimento do deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e revela mais uma face da estratégia do governo Lula para promover políticas públicas com forte apelo simbólico até 2026.
As meias, de cor azul e com o logotipo do programa, foram entregues em caixas de acrílico a parlamentares de diferentes partidos, acompanhadas de uma carta elogiando a cooperação do Congresso na aprovação do Pé-de-Meia. O gesto, no entanto, chamou atenção pelo custo e pelo caráter simbólico de uma peça de vestuário como instrumento de propaganda institucional.
A ação foi coordenada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (SECOM) e executada pela empresa Viver Eventos, contratada por R$ 36,1 milhões para um pacote de serviços de eventos e ações promocionais para o MEC. Segundo a carta enviada aos parlamentares, a poupança estudantil já beneficia 4 milhões de jovens, podendo alcançar até R$ 9.200 por aluno ao longo do ensino médio.
Não é o primeiro gasto curioso com brindes no setor público este ano. O Supremo Tribunal Federal (STF) também entrou na onda simbólica, adquirindo gravatas comemorativas a R$ 384 a unidade, para distribuir a visitantes da Corte. A justificativa foi a retribuição pelos inúmeros presentes recebidos por ministros — um gesto que, embora simpático, pesa no orçamento da Justiça mais cara do mundo.
O Farol Diário acompanha com atenção os desdobramentos desses gastos simbólicos em um momento em que o governo tenta fortalecer sua base política e imagem pública através de ações de forte apelo emocional, mas com custo elevado para o contribuinte. A pergunta que fica é: até que ponto o marketing de governo deve ser pago com dinheiro público?