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Câmara reage ao STF após derrubada parcial da suspensão de ação contra Ramagem

Parlamentares afirmam que trancamento da ação penal reflete vontade majoritária da Casa, enquanto Supremo limita os efeitos da medida

A tensão entre os poderes ganhou novo capítulo neste fim de semana, após a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidir por unanimidade manter parcialmente a ação penal contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). A decisão contrariou a resolução aprovada pela Câmara dos Deputados, que havia suspendido o processo por ampla maioria. A medida foi considerada, pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), como expressão da “ampla vontade” parlamentar.

Ramagem é investigado por suposta participação em tentativa de golpe de Estado e outros crimes ligados aos eventos de 8 de janeiro de 2023, que resultaram na invasão e destruição de prédios públicos em Brasília. A suspensão da ação penal, aprovada por 315 deputados, se baseou no artigo 53 da Constituição Federal, que permite ao Congresso paralisar processos contra seus membros por crimes cometidos durante o exercício do mandato.

No entanto, o STF entendeu que tal prerrogativa não se aplica aos crimes supostamente cometidos antes da posse de Ramagem como parlamentar. Com isso, apenas acusações ligadas diretamente aos atos do dia 8 de janeiro foram retiradas da denúncia. As acusações mais graves, como tentativa de golpe e organização criminosa, permanecem.

A decisão da Corte causou insatisfação entre setores da oposição, que veem a atuação do Supremo como uma afronta à independência do Legislativo. Hugo Motta, que se pronunciou durante um evento em Nova York, afirmou que a Câmara está avaliando, por meio de sua assessoria jurídica, os próximos passos diante do impasse institucional.

O caso levanta debates sensíveis sobre os limites da imunidade parlamentar e o alcance do controle do Judiciário sobre decisões do Congresso. O Farol Diário acompanha o desdobramento desse embate, que reacende discussões sobre a separação de poderes e a estabilidade institucional no Brasil.

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