Correios lançam plano emergencial para enfrentar prejuízo de R$ 2,6 bilhões
A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos anunciou nesta segunda-feira (12) um pacote de sete medidas emergenciais para enfrentar a grave crise financeira revelada pelo balanço de 2024. O prejuízo de R$ 2,6 bilhões reacendeu o debate sobre a viabilidade da estatal e forçou a adoção de ações duras para contenção de despesas. As mudanças, segundo a direção, buscam otimizar processos, aumentar a eficiência e recuperar a capacidade de investimento.
Sob a presidência de Fabiano Silva dos Santos, a empresa aposta em programas como o desligamento voluntário, cuja inscrição foi prorrogada até o dia 18 de maio, e na redução da jornada de trabalho de parte dos funcionários, com salários proporcionais. A iniciativa mira unidades administrativas e pretende diminuir os custos fixos sem recorrer a demissões compulsórias.
Outra medida significativa é a realocação temporária de carteiros e atendentes para centros de tratamento, com promessa de pagamento de adicionais mais vantajosos. Além disso, a fruição de férias foi suspensa até janeiro de 2026 para quem tiver direito em 2025, gerando desconforto entre os funcionários, mas considerada pela estatal uma ação necessária no atual cenário.
A reestruturação também passa pela sede da empresa, que terá o orçamento de funções cortado em ao menos 20%. Todos os empregados deverão retornar ao regime presencial a partir de 23 de junho, exceto os protegidos por decisões judiciais. O plano ainda prevê novos formatos de planos de saúde, com estimativa de redução de custos em até 30%.
A crise dos Correios não é novidade. A estatal enfrenta há anos concorrência crescente do setor privado e dificuldade em modernizar seus serviços. Apesar disso, ainda cumpre papel essencial em áreas remotas, onde operadores privados não chegam. As medidas divulgadas por Fabiano Silva dos Santos evidenciam não só o tamanho do desafio fiscal, mas também a urgência de repensar o papel das estatais no Brasil.
Como mostra o Farol Diário, as decisões tomadas agora podem ter impacto de longo prazo — tanto para o futuro dos trabalhadores quanto para a relevância da empresa no cenário nacional. Resta saber se o plano será suficiente para resgatar a estatal do vermelho sem comprometer ainda mais sua já abalada reputação.