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Viagem de Lula à China e Rússia escancara submissão ideológica do governo

Lula aproxima Brasil de China e Rússia, países regimes autoritários

A viagem internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Rússia e à China, realizada entre os dias 8 e 14 de maio, revelou mais do que interesses comerciais. Ao estreitar relações com Vladimir Putin e Xi Jinping, Lula reforça a aproximação do Brasil com dois dos regimes mais autoritários do planeta, em uma agenda que combina interesses econômicos com afinidades ideológicas pouco disfarçadas.

Na Rússia, Lula não apenas firmou acordos com o governo de Putin — envolvido em uma guerra prolongada e condenado internacionalmente por violações de direitos humanos — como participou das celebrações militares da vitória soviética, um evento carregado de simbolismo nacionalista. Ao lado de Putin, o presidente brasileiro assinou memorandos que envolvem cooperação científica em áreas sensíveis como tecnologia nuclear, astrofísica e exploração de minerais estratégicos, mesmo diante do desequilíbrio gritante na balança comercial entre os dois países.

Já na China, Lula celebrou investimentos que somam R$ 27 bilhões, boa parte deles em setores cruciais como energia, indústria farmacêutica e tecnologia. Enquanto empresas chinesas se expandem no território nacional com isenções, subsídios e promessas de empregos, o Brasil corre o risco de perder autonomia em áreas vitais. A criação de um Instituto Brasil-China em biotecnologia e o avanço da farmacêutica Sinovac em parceria com a brasileira Eurofarma colocam o sistema de saúde brasileiro — especialmente o SUS — em posição de crescente dependência do Partido Comunista Chinês.

Lula ainda exaltou o modelo chinês de desenvolvimento, ignorando os abusos sistemáticos contra liberdades civis e religiosas naquele país. O entusiasmo com o expansionismo econômico de Pequim se soma ao silêncio estratégico diante da repressão política que marca a administração de Xi Jinping. Ao alinhar-se a potências que desafiam abertamente o modelo democrático liberal, o governo brasileiro sinaliza uma guinada preocupante em sua política externa.

Apesar da retórica sobre multipolaridade e soberania, a diplomacia lulista parece cada vez mais disposta a relativizar valores democráticos em troca de acordos comerciais. O preço dessa escolha pode ser alto: perda de autonomia, dependência tecnológica e uma imagem internacional cada vez mais associada a regimes que fazem da censura, do controle estatal e da opressão instrumentos de governo.

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