1180x152

EUA repreendem Moraes por censura à Rumble e apontam excesso de jurisdição

Carta confidencial do Departamento de Justiça dos EUA critica ordens de Moraes contra plataforma Rumble e reacende tensão diplomática sobre liberdade de expressão.

Washington envia recado direto ao Supremo Tribunal Federal. Segundo o jornal The New York Times, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos enviou uma carta de repreensão ao ministro Alexandre de Moraes, criticando as decisões judiciais que afetaram a plataforma de vídeos Rumble. O documento, mantido sob sigilo, reforça que o ministro não tem autoridade para impor medidas a empresas que operam nos EUA.

A carta, ainda não divulgada oficialmente, sustenta que a jurisdição de Moraes termina nas fronteiras brasileiras e que nenhuma autoridade nacional pode compelir companhias americanas a remover conteúdo ou restringir vozes com base em decisões que desrespeitem a liberdade de expressão garantida pela Constituição dos EUA. O STF preferiu não comentar o caso.

Em meio ao episódio, cresce a pressão em Washington por medidas mais firmes. Parlamentares como o senador Marco Rubio mencionaram a “grande possibilidade” de sanções contra Moraes. A Casa Branca avalia a restrição de vistos a autoridades estrangeiras que, segundo sua política, interfiram na liberdade de empresas americanas ou ameacem cidadãos por suas opiniões online.

O caso teve início em 2023, quando a Rumble decidiu encerrar suas operações no Brasil após receber ordens do STF para remover conteúdos e bloquear contas — medidas classificadas pela empresa como censura. As ordens, cobertas por sigilo, atingiram parlamentares, criadores de conteúdo e influenciadores.

O retorno do Rumble ao Brasil em 2025 ocorreu discretamente, no mesmo período da visita da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Vários perfis anteriormente censurados voltaram ao ar, sem explicações públicas por parte do STF ou da plataforma. A frase publicada no perfil oficial da empresa — “Hello, Brazil, we’re back” — marcou o reingresso e sinalizou o possível recuo diante da pressão internacional.

A cobertura do Farol Diário continuará acompanhando os desdobramentos dessa disputa jurídica com implicações diplomáticas, num momento em que os limites da atuação do Judiciário brasileiro voltam ao centro do debate público.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *