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Lula ataca austeridade e distorce dados do PIB em evento no Porto de Itajaí

Durante cerimônia de retomada do Porto de Itajaí, presidente defendeu gastos públicos e fez afirmações contestadas por dados oficiais

Em discurso nesta quinta-feira (29), no Porto de Itajaí (SC), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou o palanque da retomada das operações do terminal para criticar, mais uma vez, o governo anterior. Com tom irônico, Lula questionou políticas de austeridade adotadas por Jair Bolsonaro e defendeu a ampliação de ministérios, programas sociais e investimentos públicos.

“Economizar para quem, cara pálida?”, disse o presidente ao mencionar a extinção de pastas como Cultura, Trabalho, Igualdade Racial e Direitos Humanos na gestão passada. Segundo ele, as medidas teriam como objetivo “dar dinheiro para os ricos de sempre”, ignorando a população mais carente.

Lula também comparou os investimentos federais feitos em seu atual governo com os da administração Bolsonaro, sugerindo que sua gestão, em apenas dois anos, superou os quatro anos anteriores em volume e impacto. “Desafio qualquer um a mostrar que o outro fez mais do que nós estamos fazendo agora”, provocou.

Entretanto, ao abordar o desempenho econômico do país, Lula afirmou que o Brasil só voltou a crescer acima de 3% após sua volta ao Planalto. A declaração, no entanto, não corresponde aos dados oficiais do IBGE e do Banco Mundial, que apontam crescimento superior a 3% em 2011 (governo Dilma) e em 2021 (governo Bolsonaro). Em 2022 e 2023, o PIB cresceu 3,0% e 2,9%, respectivamente.

Além de reforçar uma narrativa favorável à sua gestão, Lula ainda acusou o governo anterior de manter um “gabinete do ódio” voltado à desinformação. A crítica, no entanto, contrasta com sua própria imprecisão sobre dados econômicos, gerando questionamentos sobre a responsabilidade no uso de estatísticas públicas.

A cobertura completa do evento e os desdobramentos das falas do presidente estarão na edição de amanhã d’O Farol Diário, com análises sobre a retomada portuária e os desafios do governo frente à economia.

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