A China apresentou ao mundo um novo e inusitado avanço na guerra tecnológica: um microdrone militar com visual semelhante ao de um mosquito. Desenvolvido por estudantes da Universidade Nacional de Tecnologia de Defesa (NUDT), o equipamento foi exibido na televisão estatal CCTV, revelando um projeto voltado a missões secretas, reconhecimento e vigilância em ambientes sensíveis e complexos.
Chamado informalmente de “robô mosquito”, o dispositivo possui duas asas que batem como as de um inseto real e três pernas leves que permitem pouso em superfícies delicadas. Durante a demonstração, o estudante Liang Hexiang explicou que o equipamento é ideal para “missões especiais no campo de batalha”. Seu tamanho reduzido torna a detecção quase impossível, mesmo por sistemas convencionais de defesa.
Trata-se de um exemplo notável de tecnologia biomimética — ou seja, inspirada na natureza — aplicada à microrrobótica. O drone incorpora, em escala miniaturizada, componentes de energia, sensores e sistemas de controle altamente eficientes. A complexidade técnica de produzir um robô funcional em tamanha escala é um indicativo do salto tecnológico que a China vem consolidando silenciosamente.
Mas o país asiático não está sozinho nessa corrida. Projetos similares avançam nos Estados Unidos e na Europa. O “Black Hornet”, desenvolvido na Noruega e utilizado por forças armadas de elite, acaba de vencer o prêmio Blue UAS Refresh 2025 do Departamento de Defesa americano. Já nos EUA, a Força Aérea e instituições como Harvard lideram projetos como o “RoboBee”, capaz de voar e operar até debaixo d’água.
Além do uso militar, microdrones também são promessas para aplicações civis, como cirurgias de alta precisão, monitoramento ambiental e apoio em situações de desastre. No entanto, a crescente sofisticação dessas tecnologias invisíveis levanta alertas sobre privacidade e o risco de uso indevido — sobretudo por regimes que já demonstraram pouca tolerância a liberdades civis.
O microdrone chinês é mais do que uma curiosidade tecnológica: é um sinal claro de que o futuro da espionagem e da guerra se tornará cada vez menor — e mais difícil de detectar.