Esquerda promove ato simbólico na Faria Lima contra “super-ricos” e reforça narrativa pró-taxação
Um grupo de militantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e da Frente Povo Sem Medo realizou, na manhã desta quinta-feira (3), uma ocupação simbólica no saguão do edifício-sede do banco Itaú, na avenida Faria Lima, coração financeiro da capital paulista. O protesto, que teve como foco a taxação dos chamados “super-ricos”, foi imediatamente endossado pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), que exaltou a ação nas redes sociais.
O ato faz parte de uma campanha alinhada à atual proposta do governo federal de aumentar a arrecadação com foco em grandes patrimônios e operações financeiras. Boulos, ex-líder do MTST e hoje aliado de primeira hora do governo Lula, escreveu no X (antigo Twitter) que a ocupação do prédio — avaliado em R$ 1,5 bilhão — serve como recado direto pela “justiça tributária”.
Durante o protesto, os manifestantes entoaram palavras de ordem como “taxar os super-ricos pro avanço do povão”, repetindo slogans que refletem o discurso fiscal adotado pela gestão petista. A sede invadida, símbolo da elite financeira do país, foi usada como palco para denunciar o que os movimentos chamam de concentração de renda e exclusão popular do orçamento público.
Críticos do movimento veem a ação como parte de uma estratégia comunicacional que tenta justificar, com roupagem social, medidas de ampliação de tributos e aumento de gastos estatais. Para esses setores, o embate simbólico entre ricos e pobres esconde a ineficiência crônica da máquina pública e a falta de reformas estruturais que ataquem de fato os privilégios do topo — inclusive os sustentados por partidos historicamente aliados ao governo.
A manifestação também serviu de aquecimento para o ato nacional convocado pela esquerda para o próximo dia 10 de julho, quando movimentos sociais pretendem pressionar o Congresso a aprovar a nova agenda tributária do Planalto. O Farol Diário continuará acompanhando os desdobramentos dessa movimentação que mistura ativismo de rua, interesses partidários e estratégias de arrecadação em nome da “justiça social”.