O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou publicamente uma resposta das autoridades sobre a discrepância entre os preços dos combustíveis nas refinarias e o que é cobrado nos postos. A crítica foi feita durante evento da Petrobras em Duque de Caxias (RJ), nesta semana, após a estatal anunciar redução no valor da gasolina, sem reflexo significativo ao consumidor final.
“Quem paga o pato é o consumidor”, afirmou Lula, indignado com a diferença entre o preço anunciado pela Petrobras e o que se vê nas bombas. O presidente solicitou que a ANP, os Procons, o Cade e até a Polícia Federal investiguem possíveis práticas abusivas no setor de distribuição e revenda.
O governo tenta entender por que a gasolina, que teve corte de R$ 0,17 por litro nas refinarias — passando a R$ 2,85 —, caiu apenas R$ 0,05 nos postos, segundo dados da própria ANP. O preço médio ainda gira em torno de R$ 6,38, o que, para o Planalto, indica falha no repasse ou até cartelização do mercado.
A reclamação também se estende ao gás de cozinha. Segundo Lula, o botijão sai da refinaria a R$ 38, mas chega ao consumidor por até R$ 140 em alguns estados. O presidente lamentou a falta de controle sobre a distribuição: “Se tínhamos uma BR (Distribuidora), poderia ajudar a chegar no consumidor, mas não temos”.
A cobrança presidencial sinaliza um governo que, mesmo intervencionista por natureza, reconhece a dificuldade de fazer a política de preços da Petrobras se refletir diretamente na vida do cidadão — especialmente quando depende de agentes privados e estados com alta carga tributária. O Farol Diário acompanhará as ações prometidas pelo Executivo e as possíveis reações do mercado.