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Trump anuncia novas tarifas contra o Brasil e agrava crise diplomática

Decisão ocorre em meio à crescente tensão diplomática após apoio explícito de Trump a Jair Bolsonaro e críticas ao sistema judiciário brasileiro.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9) que irá impor novas tarifas sobre produtos importados do Brasil, elevando ainda mais a tensão diplomática entre os dois países. A medida, que faz parte de uma segunda rodada de sanções comerciais aplicadas a diversas nações, prevê taxas de importação que variam de 25% a 40%, com vigência a partir de 1º de agosto.

Durante coletiva na Casa Branca, Trump justificou a ação alegando que o Brasil “não tem sido bom conosco, nada bom”. Embora tenha prometido divulgar os números exatos ainda nesta quarta ou na manhã seguinte, ele não apresentou detalhes sobre os produtos afetados ou os critérios utilizados. O Brasil agora se junta a uma lista que inclui países como Argélia, Líbia, Filipinas e Sri Lanka, já notificados nesta fase.

A decisão vem em meio a um clima já deteriorado entre Washington e Brasília. No início da semana, Trump criticou publicamente as investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, classificando-as como uma “caça às bruxas” e apelando para que “deixem Bolsonaro em paz”. A declaração foi reforçada pela embaixada americana, que publicou nota chamando as ações do Judiciário brasileiro de “vergonhosas”.

A resposta do governo brasileiro não tardou. O Itamaraty convocou o encarregado de Negócios dos EUA no Brasil, Gabriel Escobar, para dar explicações. A diplomacia brasileira considerou as manifestações como interferência inaceitável em assuntos internos do país, tensionando ainda mais a relação bilateral, que já vinha sendo marcada por distanciamentos desde o retorno do PT ao poder.

Como destaca O Farol Diário, os impactos da decisão norte-americana podem ser significativos. Além das perdas comerciais diretas, o ambiente de incerteza diplomática pode comprometer negociações estratégicas e afetar setores como agronegócio, energia e defesa. Em tempos de fragilidade econômica e dependência de mercados externos, a ruptura com os EUA representa um risco que o governo Lula dificilmente poderá ignorar.

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