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Acordo entre Trump e Milei zera tarifas e fortalece aliança liberal

Enquanto produtos argentinos ganham isenção tarifária, exportações brasileiras enfrentam tarifa de 50%; analistas veem favorecimento a países com agenda liberal.

Acordo comercial entre Trump e Milei beneficia Argentina e isola Brasil em disputa tarifária

Em uma decisão que escancarou os critérios políticos por trás da política comercial dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump firmou nesta quarta-feira (9) um acordo com o governo de Javier Milei que isenta de tarifas 80% dos produtos argentinos exportados ao mercado norte-americano. O restante será tributado em apenas 10%, segundo o canal Direto da América, que divulgou uma imagem dos dois líderes juntos, selando a parceria.

A medida foi anunciada no mesmo dia em que Washington impôs uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros — decisão que gerou reações imediatas no mercado financeiro e críticas de governadores e empresários. A disparidade de tratamento evidencia, segundo analistas, o peso do alinhamento ideológico na condução da política externa dos EUA.

Com Milei promovendo uma agenda liberal clássica, baseada em desregulamentação, cortes de gastos e reformas estruturais, a Argentina tem sido reconhecida por Washington como parceira estratégica. Já o Brasil, sob a gestão Lula, é percebido como mais fechado ao livre mercado e mais alinhado a regimes autoritários, o que teria contribuído para o endurecimento comercial norte-americano.

O gesto também impulsiona a recuperação econômica argentina. Em 2024, o país exportou US$ 6,395 bilhões em bens para os Estados Unidos — uma alta de 13,2% em relação ao ano anterior. Entre os produtos beneficiados estão combustíveis, pedras preciosas, metais e alumínio, este último anteriormente taxado em 25% e que agora poderá entrar no pacote de isenções.

Para setores produtivos brasileiros, o contraste é alarmante. Enquanto um vizinho combalido pela crise recebe incentivo e acesso ao maior mercado do mundo, o Brasil enfrenta sanções que ameaçam exportadores estratégicos como Embraer e o agronegócio. Mais do que economia, o episódio revela uma cobrança clara por coerência política e diplomática.

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