Brasília – Nomeada como secretária parlamentar no gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), a fisioterapeuta Gabriela Batista Pagidis, de 30 anos, é acusada de ser funcionária fantasma enquanto mantém rotina em clínicas privadas da capital federal. Desde 2014, Gabriela soma mais de R$ 890 mil em salários públicos, apesar de não ter frequência comprovada no Legislativo.
Segundo apuração do site Metrópoles, Gabriela foi vista prestando atendimentos no Instituto Costa Saúde e no Centro Clínico Bandeirantes durante a semana, em horários que deveriam ser dedicados às atividades na Câmara. A profissional também foi flagrada em uma academia e no Zoológico de Brasília em dias úteis e sem qualquer registro de trabalho parlamentar.
A fiscalização da presença dos funcionários, conforme resposta da Câmara via Lei de Acesso à Informação, é feita internamente pelo próprio gabinete do deputado — uma brecha administrativa que permite a prática de nomeações com pouca ou nenhuma supervisão externa. A entrada por crachá e o uso da garagem, por exemplo, não são controlados de forma centralizada.
Gabriela não é caso isolado. Outras duas mulheres nomeadas por Hugo Motta também foram apontadas como fantasmas: Louise Lacerda, estudante de medicina em João Pessoa, e Monique Magno, assistente social em atuação na prefeitura da mesma cidade. Gabriela e Monique foram exoneradas após a repercussão, mas Louise ainda figura como funcionária ativa da Câmara.
Procurado, o deputado alegou que todos os servidores seguem as regras da Casa, inclusive aqueles que trabalham remotamente. A resposta não convenceu parte da opinião pública, que vê no caso mais um exemplo da falta de transparência no uso de recursos públicos no Legislativo. O Farol Diário seguirá acompanhando os desdobramentos desta denúncia.
