A Força Aérea Brasileira (FAB) pode suspender todas as suas operações aéreas a partir do dia 3 de agosto por falta de querosene de aviação. O alerta foi revelado nesta terça-feira (22) pelo portal Metrópoles, e está diretamente ligado ao corte de recursos determinado pelo governo federal no orçamento da Aeronáutica.
De acordo com a reportagem, os estoques atuais de combustível são suficientes apenas até o início do próximo mês. Caso não haja reforço imediato de verba, todas as atividades da FAB — inclusive o transporte de autoridades do governo, missões de transplante de órgãos e ações de segurança pública — correm risco de paralisação.
O risco de colapso operacional expõe um contraste evidente nas prioridades do governo. Enquanto aeronaves podem ficar no chão por falta de combustível, foram autorizadas, ainda neste cenário de escassez, a instalação de salas VIP da FAB para a Conferência do Clima da ONU (COP 30), marcada para novembro em Belém (PA).
O orçamento de 2025 do Comando da Aeronáutica é de R$ 29,4 bilhões. No entanto, R$ 23,7 bilhões já estão comprometidos com despesas de pessoal, restando apenas R$ 2,2 bilhões para custeio de materiais como combustível. Um decreto de maio impôs ainda mais restrições, contingenciando R$ 812 milhões do orçamento da Aeronáutica, afetando diretamente atividades operacionais e estratégicas.
Em nota oficial, a FAB confirmou os bloqueios e afirmou que os impactos atingiram “praticamente todas as atividades”, exigindo ajustes em cronogramas e contratos. A possível suspensão de voos representa não apenas uma falha de planejamento, mas um risco à segurança nacional, colocando em xeque a gestão das prioridades orçamentárias do governo.
O Farol Diário seguirá acompanhando os desdobramentos dessa crise, que afeta diretamente a logística do Estado e o funcionamento de serviços vitais para a população.
