A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) teve seu diploma cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) em uma decisão que escancara a crescente perseguição política contra parlamentares conservadores no Brasil. A corte determinou ainda sua inelegibilidade por oito anos, alegando “abuso de poder político” e “uso indevido dos meios de comunicação”. O julgamento foi decidido por maioria de votos (5×2) nesta quinta-feira (30).
A ação foi movida pela deputada de esquerda Sâmia Bomfim (Psol), que acusou Zambelli de divulgar informações inverídicas sobre o processo eleitoral de 2022. O argumento foi acolhido pela maioria dos desembargadores, que justificaram a decisão com base em postagens da parlamentar nas redes sociais, alegando que elas “comprometeram a isonomia da disputa eleitoral”.
A deputada, no entanto, reagiu imediatamente à decisão e classificou o episódio como uma clara tentativa de silenciamento da direita no Brasil. “Fica claro que a perseguição política contra conservadores é visível como o Sol do meio-dia”, declarou Zambelli, que garantiu que irá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Essa decisão não tem efeitos imediatos, e irei continuar representando São Paulo e meus eleitores até o encerramento dos recursos cabíveis”, acrescentou.
A cassação de Zambelli se soma a uma série de decisões judiciais recentes que têm atingido figuras de direita no Brasil, evidenciando uma preocupante escalada de censura e judicialização da política. O caso reforça o temor de que o país esteja avançando para um cenário onde a liberdade de expressão e o direito ao contraditório sejam comprometidos por decisões judiciais cada vez mais seletivas.
O episódio também levanta questionamentos sobre o impacto dessas medidas na democracia brasileira. Se o Judiciário pode retirar do cargo uma parlamentar eleita com quase um milhão de votos, até onde vai o poder das cortes eleitorais? O desfecho do caso de Carla Zambelli será um novo teste para a resistência democrática e para a garantia da pluralidade política no Brasil. O Farol Diário seguirá acompanhando os desdobramentos.