A Coreia do Sul atravessa uma crise política sem precedentes com o impasse envolvendo o presidente Yoon Suk Yeol, afastado do cargo após sofrer impeachment. Acusado de tentativa de rebelião por ter declarado lei marcial em dezembro, Yoon resiste há semanas em sua residência oficial em Seul, desafiando um mandado de prisão emitido pela agência anticorrupção. A tensão aumentou após o chefe de gabinete presidencial, Chung Jin-suk, apelar para que as autoridades desistissem de uma nova operação, criticando o tratamento dado a Yoon como se ele fosse parte de um “cartel de drogas sul-americano”.
Enquanto a polícia e a agência anticorrupção preparam uma nova ofensiva para cumprir o mandado de detenção, a segurança da residência presidencial foi reforçada com arame farpado e veículos bloqueando acessos. Há rumores de que mais de mil policiais possam ser mobilizados em uma operação de cerco, prevista para começar nesta quarta-feira. A decisão da polícia de prender guarda-costas que tentarem impedir a ação acirra ainda mais o clima de tensão.
Do lado de fora, milhares de manifestantes pró e contra Yoon se concentram diariamente nas imediações da residência presidencial. O temor de confrontos violentos preocupa autoridades e líderes políticos, que alertam para o risco de uma tragédia. Advogados de Yoon afirmam que imagens do presidente sendo levado algemado poderiam inflamar seus apoiadores e provocar uma escalada de violência em um país já polarizado.
Enquanto isso, o Tribunal Constitucional iniciou a análise do processo de impeachment, mas Yoon recusou-se a comparecer à primeira audiência, alegando riscos devido ao mandado de prisão. A próxima sessão está marcada para quinta-feira, e o julgamento seguirá com ou sem a presença do presidente afastado. O desfecho dessa crise permanece incerto, com o país dividido e à beira de um possível confronto interno.
O Farol Diário seguirá acompanhando os desdobramentos dessa grave crise política na Coreia do Sul.