A crise interna no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) se intensifica com a saída em massa de diretores. Após a renúncia de Elizabeth Hypolito e João Hallak Neto, respectivamente diretora e diretor-adjunto de Pesquisas, agora é aguardada a exoneração de Ivone Batista e Patrícia Costa, responsáveis pela área de Geociências. Segundo informações do colunista Lauro Jardim, a substituição das diretoras depende apenas da designação de novos nomes.
As saídas refletem o crescente desgaste com a gestão do presidente Márcio Pochmann. Em reunião com coordenadores, os diretores apontaram a falta de interlocução com a presidência como o principal motivo para o afastamento. A criação da Fundação IBGE+, implementada sem consulta ao Conselho Diretor, agravou o descontentamento interno. O Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Fundações Públicas Federais de Geografia e Estatística (Assibge) denunciou que tais medidas comprometem a soberania geoestatística brasileira.
Mudanças administrativas, como a transferência de servidores para o Horto Florestal, considerado de difícil acesso, e a cobrança de aluguel do sindicato por uso de sala na sede do IBGE, também aumentaram a tensão. Para Paulo Lindesay, da Assibge, a criação da Fundação IBGE+ representa uma fragilização da instituição, desviando o foco de reivindicar recursos públicos para a captação de verbas privadas.
A ex-presidente do IBGE, Wasmália Bivar, criticou a gestão de Pochmann, ressaltando que a renúncia coletiva dos diretores reflete a insatisfação generalizada. Apesar do IBGE ter anunciado os substitutos de Elizabeth Hypolito e João Hallak Neto, a instituição não se pronunciou oficialmente sobre a saída dos demais diretores. O cenário indica uma crise sem precedentes na principal fonte de estatísticas oficiais do Brasil.