O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, declarou nesta quarta-feira que irá acionar a Justiça contra a decisão do governo federal de federalizar o Porto de Itajaí, principal terminal portuário do estado. A medida transfere a gestão do porto da administração municipal para a Autoridade Portuária de Santos, em São Paulo, sob comando do advogado João Paulo Tavares Bastos.
A decisão gerou fortes críticas do governador, que classificou a medida como uma afronta aos interesses de Santa Catarina. “Estou indignado com a atitude do governo federal de passar a autoridade portuária (de Itajaí) para São Paulo. Isso é uma vergonha. O povo de Itajaí não aceita isso”, afirmou Jorginho. Ele também ressaltou a relevância econômica do terminal, localizado no município com o maior PIB do estado.
Filiado ao Partido Liberal (PL) de Jair Bolsonaro, Jorginho Mello culpou o PT catarinense pela articulação da transferência. O governador responsabilizou o presidente do Sebrae, o petista Décio Lima, por coordenar o processo e apelou para que ele reconsiderasse a decisão: “Respeita o povo de Itajaí. Nós vamos entrar na Justiça.”
Por sua vez, o Ministério dos Portos e Aeroportos, liderado por Silvio Costa Filho, defendeu a mudança. Em nota, o ministério justificou a medida com base em critérios de gestão e sustentabilidade financeira. Segundo a pasta, o objetivo é “garantir a continuidade das operações, a preservação dos postos de trabalho e a movimentação eficiente de cargas.”
A disputa em torno do porto reflete não apenas divergências administrativas, mas também tensões políticas entre lideranças locais e o governo federal. A movimentação do governo Lula para federalizar o terminal foi interpretada como uma retaliação à vitória do PL no estado. O jornal O Farol Diário seguirá acompanhando os desdobramentos desse embate judicial e político.