O Grupo Prerrogativas, criado há dez anos como reação à Operação Lava Jato, anunciou que entrará com representações contra o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) no Ministério Público Federal (MPF) e no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. A decisão reforça a atuação política do coletivo, que se consolidou como um dos principais articuladores jurídicos de setores progressistas no país.
Composto por cerca de 250 advogados e juristas, o “Prerrô” ampliou significativamente sua influência no terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Desde a posse do presidente, diversos integrantes do grupo conquistaram cargos estratégicos em ministérios, tribunais superiores e autarquias federais. Entre eles, destacam-se Jorge Messias na Advocacia-Geral da União, Vinícius Marques de Carvalho na Controladoria-Geral da União e Fernando Haddad no Ministério da Fazenda.
O avanço do grupo não se limitou ao Executivo. No Judiciário, a influência do Prerrogativas ficou evidente com a nomeação de Daniela Teixeira para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Vera Lúcia Araújo como ministra substituta no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A ascensão de Gabriela Araújo ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) também simbolizou o prestígio alcançado pelo coletivo.
Agora, o grupo mira o deputado Nikolas Ferreira, conhecido por suas posições conservadoras e críticas contundentes ao governo Lula. A iniciativa do Prerrogativas levanta questionamentos sobre o equilíbrio entre a atuação política e a defesa de interesses institucionais no cenário jurídico. A ação promete acirrar ainda mais a polarização entre setores progressistas e conservadores no Congresso Nacional.
O Farol Diário seguirá acompanhando os desdobramentos deste embate político-jurídico, que reflete a complexa disputa de poder nos bastidores de Brasília.