A recente crise de comunicação no governo Lula trouxe um nome surpreendente à tona: Felipe Neto. Sondado pela primeira-dama Janja da Silva, o influenciador digital teria sido considerado para ajudar na estratégia de comunicação oficial. A escolha, contudo, parece priorizar alinhamento político em vez de qualificação técnica. Neto, que não possui ensino superior completo, é conhecido por suas polêmicas opiniões nas redes sociais e defesa ferrenha do governo.
A ideia de integrar o influenciador surgiu no contexto do enfraquecimento do ministro da Secom, Paulo Pimenta. Após a repercussão negativa de episódios recentes, como a “megalicitação”, a primeira-dama passou a pressionar por uma abordagem mais combativa, mirando a oposição e a “extrema direita”.
Fontes do Planalto confirmam que Janja busca uma comunicação mais agressiva e alinhada com o estilo de Gleisi Hoffmann, presidente do PT. A sondagem de Felipe Neto, que atua principalmente como youtuber e ativista digital, reforça o tom mais militante defendido pela primeira-dama. Para críticos, no entanto, a escolha demonstra uma clara preferência pela militância ideológica em detrimento de competência profissional.
O isolamento de Paulo Pimenta e a crescente influência de Janja geram desconforto nos bastidores do Palácio do Planalto. A postura centralizadora da primeira-dama e a possível inclusão de nomes como Felipe Neto acentuam as tensões na comunicação do governo. Afinal, investir em figuras sem qualificação técnica dificilmente ajudará a melhorar a imagem do Planalto em meio à crescente pressão pública.
Enquanto a Secom se afunda em disputas internas, a prioridade parece ser agradar a bolhas ideológicas, deixando de lado a eficácia e o profissionalismo que a comunicação oficial demanda.
