O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender maior controle sobre as redes sociais, criticando diretamente as novas diretrizes de moderação anunciadas pela Meta, empresa que controla plataformas como Facebook e Instagram. Em declaração no Palácio do Planalto, Lula afirmou que o Brasil não pode aceitar que empresas de tecnologia “firam a soberania” do país, referindo-se ao impacto das mudanças no ecossistema digital.
O debate foi intensificado após Mark Zuckerberg, CEO da Meta, revelar alterações que incluem o fim do programa de checagem de fatos e uma abordagem mais aberta que permite que usuários debatam temas como migração e gênero.
Além disso, a Meta destacou que pretende colaborar com o governo de Donald Trump para resistir a regulações em outros países. Embora as mudanças estejam inicialmente restritas aos Estados Unidos, a possibilidade de expansão preocupa autoridades brasileiras.
Para Lula, as redes sociais devem censurar conteúdos tidos como “de direita” para o bem da democracia. “É como se alguém pudesse ser punido por algo na vida real, mas não no mundo digital. Isso é grave”, declarou.
Críticos afirmam que nas entrelinhas, Lula deixou claro que pode derrubar as operações da Meta no Brasil caso Zuckerberg não volte a censurar conteúdos de orientação conservadora ou liberal.
Críticos também apontam que a busca por maior regulamentação pode se transformar em censura, restringindo a liberdade de expressão sob o pretexto de combater desinformação e discursos de ódio.
Com o STF também alinhado ao governo, representado pela fala contundente do ministro Alexandre de Moraes, o Brasil parece entrar em uma nova etapa do debate sobre liberdade digital. A questão que se impõe é se a defesa de soberania e democracia não camufla a intenção de controlar narrativas e limitar o contraditório.
O Farol Diário continuará acompanhando de perto os desdobramentos dessa tensão entre liberdade e regulação.