O dólar resolveu dar um susto no brasileiro e começou está terça-feira (17) em inacreditáveis R$ 6,17. Enquanto muita gente já cogita voltar a usar o real como papel de presente (mais barato que importados), a culpa pela disparada parece ter um endereço certo: a política econômica do governo Lula. Afinal, o mercado financeiro não perdoa pacote fiscal mal explicado, incerteza e falta de confiança.
O Banco Central até tentou dar uma de “herói” e interveio forte para segurar o câmbio. Vendeu dólares, fez leilões bilionários, suou a camisa – mas o dólar, teimoso, ignorou tudo isso e seguiu sua subida histórica, como se dissesse: “Não adianta, o problema é de vocês”. Por enquanto, o BC está gastando dólares, mas parece que o governo anda gastando mais credibilidade.
Pra completar a maré de azar, a Selic subiu mais uma vez, agora para 12,25% ao ano. Em português claro: a inflação está solta, o juro subiu e o seu cartão de crédito agradece a próxima fatura. E se o Banco Central já avisou que vem mais aumento por aí, pode preparar o bolso – e talvez uma oração – para o que está por vir.
Entre promessas e políticas sem pé nem cabeça, o mercado financeiro tem reagido como aquele tio desconfiado: cruza os braços, franze a testa e só acredita vendo. A combinação de confusão fiscal e falta de previsibilidade acaba empurrando o dólar pra cima, os preços dos combustíveis vão na carona e a conta sobra, como sempre, para o brasileiro.
Por enquanto, o governo Lula vai mantendo o papel de coadjuvante no espetáculo da alta do dólar. Entre uma intervenção aqui e um anúncio ali, o que falta mesmo é ação concreta para reverter o cenário. Até lá, o dólar segue subindo, os importados seguem proibitivos e a gente segue torcendo para que a economia pare de dar sustos.